domingo, 30 de maio de 2010

CONTOS (2).

O REI QUE ERA DONO DO MUNDO

Era uma vez, um Rei muito rico.

Ele era tão rico, que suas riquezas eram impossíveis de contar.

Mesmo assim, ele não estava satisfeito, e queria sempre mais e mais. Por isso ele não se importava com nenhuma outra coisa.
Um dia, ele subiu na mais alta torre do seu castelo, olhou para suas terras sem fim, e disse:

- Tenho muito pouco, preciso conseguir mais. Na verdade acho que preciso de todas as terras e riquezas do Mundo!
Então, ele convocou seus exércitos que eram muitos, e lhes ordenou que conquistassem todas as nações do Mundo, e lhe trouxesse todas as Riquezas existentes.

Assim, seus exércitos partiram para cumprir sua missão.
Depois de feito isso, ele disse:

- Agora sim, tenho tudo no Mundo. Na verdade eu tenho o próprio Mundo e também todas as suas riquezas. Nada mais me falta, não preciso de mais nada!

E ele se cobriu com seus tesouros. Estava tão contente que dormiu ali mesmo.
Então um dia, ele viu que não estava mais contente, e pensou:

- Eu já tenho todas as riquezas e terras do Mundo, todas as pessoas são meus servos, e ainda assim sinto que me falta mais alguma coisa!

Assim ele mandou chamar seus sábios, para que descobrissem o que ainda lhe faltava.
E eles disseram:

- A coisa mais importante do Mundo, deve ser a mais difícil de se conseguir. Não pode ser conseguida com Dinheiro ou Poder. Na verdade o Senhor já possui essa coisa, e Ela lhe foi dada de graça. Mesmo assim ela não pode ser vista ou tocada, e só pode ser vista quando a pessoa a perde.
Depois de ouvir isso, o Rei ficou pensativo, e sem entender o que os Sábios queriam dizer com aquilo, afirmou:

- É claro que esta Coisa não existe! Qualquer coisa que eu conheço, ou pode ser comprada com meu Dinheiro, ou Conquistada por meus Exércitos.
Apesar de ganancioso, o Rei era um bom governante para o seu Povo.

Assim, cismado com as palavras dos Sábios, resolveu por um tempo, desistir de querer saber o que faltava conquistar.

Então um dia, o Rei amanheceu com Febre. Estava Doente.
Assim, ele mandou chamar os melhores Médicos e Magos do Mundo, para cuidar de sua doença.

Mas o tempo passava, e Ele não melhorava.

Então mandou chamar os Sábios para ouvir seus conselhos.
E os Sábios disseram:

- Isto Majestade, era a coisa da qual lhe falamos naquele dia. Nós a temos desde o nascimento, e não pode ser vista até o momento que deixa de existir. Essa coisa é nossa SAÚDE. Poucos lhe dão importância, mas, é a coisa mais importante do Mundo, e é IMPOSSÍVEL de se comprar.
Então o Rei compreendeu tudo, e disse:

- Eu com todo o Poder e Riquezas do Mundo, não fui capaz de conseguir algo tão simples, que era minha Saúde. Eu fui um TOLO! De que adiantou tanto poder e riquezas, se não fui capaz de conquistar algo que me foi dado de Graça?
E o Rei finalmente ficou curado. Então ele disse:

- Agora sei o que é ficar Doente. De hoje em diante, meu povo terá os melhores Hospitais, e médicos, e Escolas. Minhas terras e riquezas serão de todos.

E ele foi contar a boa nova ao seu Povo.
Então ele subiu na torre mais alta do seu Castelo, e olhando de cima pensou:

- Como é bonito a paisagem daqui de cima. Eu já subi muitas vezes aqui, e nunca tinha visto que era assim. E pensar que esta beleza sempre existiu. O olhar de felicidade vê coisas maravilhosas. Ter saúde é de fato uma benção.

( Autor Alberto Filho, encontrei no site http://www.sitededicas.com.br ).



CONTO:
A COR DA PELE

Duas crianças brincavam despreocupadamente na areia da praia, uma de cor negra e outra de cor branca. Brincavam com tanta alegria, como se tivessem a vida inteira para ser felizes juntas. O menino da pele negra brilhava ao sol pela sua cor de ébano, e o menino de pele branca construía o seu castelo, sem que nenhum deles lembrasse da cor da pele.
Ambos eram uma visão contrastante, mas harmônica, porque sorriam e se ajudavam na brincadeira com a areia. Passaram o dia brincando juntas, e no outro dia se encontraram novamente. De repente, era como se fossem dois irmãos, sem a consciência de negritude e de pele branca. Brincavam como filhos da vida, sem notar o mundo dos adultos.
Até que, um dia, um desses adultos distantes, passou pelos dois meninos, parou e sorriu. Olhou para a pele negra e para a pele branca, e não para a infância que estava à sua frente. E a pergunta inevitável:
- Vocês são amigos?
E os dois responderam prontamente:
- Somos!!! Porque?
- Porque negro e branco nunca se entenderam... só por isso.
As duas crianças olharam-se, surpresas, como se estivessem se analisando pela primeira vez. O menino cor de ébano olhou, surpreso, para o seu amiguinho e depois para si mesmo. Depois, indagou curioso:
- Moço, o que é branco e negro?
- É a diferença da cor da pele de vocês dois. O outro é tão branquinho e claro, e você é negro: brilha como a noite. Só isso...
O estranho adulto continuou a caminhar, seguindo o seu caminho na areia quente da praia. Os dois amiguinhos se olharam, surpresos. O menino da pele negra olhou novamente para si mesmo, depois olhou para o garoto de pele branca. Colocou seu braço escuro perto do braço claro do amigo, e pediu:
- Você se importa de eu ser negro assim?
A que o menino branco respondeu, prontamente:
- Se você não se importa que a minha pele seja clara...
Os dois olharam-se e sorriram. E recomeçaram novamente a brincadeira de construir castelos na areia. Novamente, esqueceram-se de si mesmos, da cor da pele que os diferenciava, e eram somente duas crianças vivendo a infância com alegria. Mas, dentro da mente de ambos, começou a latejar o pensamento escondido, de que um era branco e outro negro. No entanto, ambos tinham uma leve sensação de liberdade, porque a cor da pele não importa, quando se quer amar o outro de verdade.


Saleti Hartmann
Cândido Godói-RS


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